Em dezembro de 2010 a JWT Intelligence e o site TrendHunter lançaram os resultados de suas pesquisas de tendências para 2011.
A JWT Intelligence é um centro de pesquisa e observação de mercado ligada a JWT, uma grande rede de agências de comunicação, sediada em Nova York. O principal objetivo da organização é buscar, com meticulosa observação, as tendências no caos moderno — transformando assim mudanças de comportamento em oportunidades.
O site TrendHunter existe desde 2006 e conta, atualmente, com o trabalho colaborativo de cerca de 41.000 pessoas espalhadas pelo mundo e cerca de 31.000.000 visualizações diariamente. É considerado uma fonte de inspiração para inúmeros profissionais da indústria da comunicação e é freqüentemente citado pela mídia.
Entre as mais diversas coisas que aparecem em ambas as pesquisas encontram-se a ascensão de tablets e e-books voltados para o público infantil, inovações relacionadas ao mercado mobile e produção de apps, objetos interativos como sacolas, cardápios ou adesivos. Ambas as pesquisas citaram também o início de um relacionamento do consumidor com impressoras 3d.
Depois da febre de 3D que assolou (a ainda assola) o mercado de televisões, monitores e cinema, devemos, pelo menos segundo as fontes citadas acima, acompanhar um novo movimento em direção a impressão 3D.
Recentemente a HP lançou no mercado uma impressora capaz de imprimir objetos plásticos de diferentes cores. A impressora tem um custo de R$ 15.000 a R$ 17.000. Ainda que não seja um valor tão animador é importante observar que as inovações tecnológicas demoram a chegar às prateleiras e até se popularizarem ao ponto de terem um preço acessível levam mais um bom tempo.
HP Designjet 3D Printer
A empresa promete uma impressora muito fácil de usar e feita para o ambiente de escritórios.
Além da HP outras empresas também se lançam no mercado prometendo a possibilidade da criação de diversos objetos e ferramentas com um ótimo acabamento.
ProtoPulsion uPrint Personal 3D Printer:
Sabemos que a realidade muitas vezes imita a ficção ou que pelo menos se inspira na ficção para o desenvolvimento de novas tecnologias, talvez como foi o caso das vídeo-chamadas 3G.
Claro Vídeo Chamada 3G- Kind Of Magic:
No filme O Guia do Mochileiro das Galáxias, em certo momento, os protagonistas se encontram na cozinha de uma nave espacial. Para preparar as refeições basta se dirigir ao aparelho para que ela imprima o que foi pensado.
Hitchhiker’s Guide to the Galaxy – Kitchen Scene:
O projeto chamado Cornucopia, em desenvolvimento pelo brasileiro Marcelo Coelho promete a possibilidade da produção de uma impressora de comida. Através de um estoque de ingredientes pré-selecionados o projeto permite a criação de sabores inovadores e receitas elaboradas com precisão milimétrica.
A impressão de objetos (e até comida) é realmente muito promissora e considera diversos mercados desde protótipos de peças, objetos de design, roupas, ferramentas, utilidades (como garrafas, copos e pratos, potes).
Ainda que não seja viável à grande maioria da população adquirir uma impressora 3D, surgem empresas que se propõem a construir seu protótipo, oferecendo a produção / impressão e entrega como seu serviço.
É o caso da empresa Shapeways, uma startup nova-iorquina. Através de 4 passos a empresa explica como é capaz de fazer entrega de um modelo desenvolvido pelo cliente no mundo todo com ajuda de impressoras 3D. Com a criação de uma grande comunidade pessoas ligadas através do site a empresa foi capaz de reduzir os custos para oferecer o serviço a um valor mais acessível.
3D printing in 4 simple steps
A verdade é que essa tendência parece reforçar o movimento, já observado nos últimos anos, em direção a personalização de todos os itens de consumo. O acesso gratuito a ferramentas de modelagem 3D, como Google Sketch Up torna essa realidade ainda mais palpável.
Designers “de garagem” e inventores tendem a se beneficiar muito dessas possibilidades, podendo, mais facilmente, monetizar suas criações. Públicos específicos, com gostos muito particulares também devem se agradar bastante com a popularização desse recurso, que vem a facilitar o acesso a produtos muito diferenciados, e que podem ser produzidos sob encomenda.
Designers profissionais, designers iniciantes, estudantes e consumidores interessados tentem a se misturar, enriquecendo a gama de opções do mercado.
Assim como em outras áreas (na música por exemplo), a popularização dos meios de produção e divulgação ajudaram a descoberta de novos talentos e de novos estilos que a grande mídia costumava desprezar. Através desse processo remove-se um filtro que dificultava a excecução de determinados projetos e o acesso a determinados produtos que tem pouca demanda.
Popularizando o design de produto e instigando ao desenvolvimento de inovações nas mais variadas áreas a impressão 3d é umas das coisas nas quais devemos realmente ficar de olho nos próximos anos.